Nos últimos meses eu tenho me aventurado bastante pelo universo do K-drama e tenho que dizer que raramente eu me decepciono. Que os coreanos são bons na sétima arte não é novidade para quem goste da magia da cinematografia. No entanto, como já disse, minha curiosidade pelas series coreanas vem crescendo a cada novo título que acrescendo a minha lista.

A bola da vez é a série Caçadores de Demônios e tive três bons motivos para dar início a essa belezura. O primeiro, ela é adaptação da Webtoon de mesmo nome o que me remete a “Sweet Home”, segundo minha querida amiga Júlia (acredito que você a conheça por Maju Rivelo) que já havia falado sobre a trama e terceiro, a Netflix sempre me mostrando o título. Em resumo, os três nunca me decepcionaram.

E foi com toda a fé nessa tríade poderosa que dei play no primeiro episódio e a história já começa envolta a mistérios, com um momento impactante de uma morte precoce de um jovem casal. Cena esta que já diz um pouco do que está por vir: choro, raiva e gritos com a televisão.

O que se segue é a apresentação de nossos queridos caçadores e a sequência das cenas são bem construídas e eles apresentados de forma dinâmica, divertida e intensa, a primeira cena de luta é de tirar o folego!

Os Caçadores – Foto Reprodução Internet

A sinopse é a seguinte: “Os Caçadores são cinco caçadores de demônios disfarçados de funcionários de um restaurante de macarrão. Sua função é capturar espíritos malignos que retornaram ao mundo dos vivos em busca de vingança. So Moon é o mais jovem e recém transformado, guiado pelos traumas um acidente de carro que sofreu quando criança.”, e ela não faz jus aos maravilhosos 16 episódios que compõem a primeira temporada.

Vamos começar pelo básico, é impressionante como o carisma das personagens nos faz criar vínculos afetivos de imediato com cada um, é quase impossível escolher um favorito já que eles se completam. Como o amigo do So Moon diz: “Eles parecem ser uma família, mas parecem esquisitos demais para serem parentes.”, como você não se identifica?

Kim Se-jeong (Do Há-na), Yu Jun-sang (Ga Mo-tack), Yeom Hye-ran (Choo Mae-ok) – Imagem Reprodução Internet

E é nesta política que a história se desenrola, amigos que por adversidades da vida foram escolhidos e se uniram por um bem comum e se tornaram um família, que apesar de meio bizarra, é o ideal de amor e lealdade. Palmas aqui para o elenco, Kim Se-jeong (Do Há-na), Yu Jun-sang (Ga Mo-tack), Yeom Hye-ran (Choo Mae-ok), Ahn Seok Hwan (Choi Jang Mool).

O vilão é, também, super carismático e bem desenvolvido. O ator Lee Hong-nae consegue dar a dosagem certa e entrega um belo trabalho seja em momentos de loucura, seja em momentos que ele parece ser uma criança assustada. Apenas digo que será corriqueiro você esquecer que ele já matou meio mundo.

E com essa deixa do vilão foco em uma história paralela, o bullying que é mostrado nu e cru de forma cirúrgica e impactante durante a trama. Em doses periódicas, a história mostra como a pratica é comum e o que ela pode causar. Além do bullying, a série foca também em assuntos como corrupção na política e na polícia e como elas estão entrelaçadas. Parabéns para o elenco secundário!

E é com maestria que tudo isso se uni e cria uma atmosfera gostosa dos filmes da década de 1980 e 90 que passavam na Sessão da Tarde.

So Moon (Jo Byeong Gyu) – Reprodução Internet

Agora chegamos no ponto fraco da série, o personagem principal, os criadores da Webtoon e roteiristas da série beberam na fonte que deu origem a personagens irresponsáveis como Harry Potter, Danny Rand / Punho de Ferro (da série) e Christine McPherson (Lady Bird), So Moon (Jo Byeong Gyu) é mimado, impulsivo e irresponsável. Não dá muita atenção para as consequências de seus atos nas vidas dos outros.

Você pode dizer: “Ana Paula, ele só tem 18 anos! E ele perdeu o pai e mãe!”, e eu te digo, isso não é desculpa! Pessoas do seu convívio não são obrigadas a se ferir e até mesmo morrer porque você não sabe lidar com a perda. Procure ajuda!

Enfim, Caçadores de Demônios cativa e empolga, te faz rir e chorar na dose certa, te faz gritar de raiva e de amores e te emerge a uma nostalgia deliciosa ou te faz perseguir novos títulos (caso você seja jovem) parecidos com a trama. É a pedida certa pra um final de semana ou apenas um sábado porque duvido você conseguir parar de assistir.

 

Por Ana Paula Tinoco