Quando a série O Mar da Tranquilidade foi anunciada pela Netflix, eu fiquei super empolgada. Um elenco bacana, uma temática legal e produção coreana, para mim não poderia dar errado, eu estava enganada e descobri isso logo no primeiro episódio. E já vou ressaltar de cara que o ator principal dessa bomba é ninguém mais, ninguém menos que o dono dos “meus desejos mais primitivos” (posso citar o Relâmpago McQueen aqui?) Gong Yoo!
Mas, como diria Dr. Hannibal Lecter: “vamos por partes!”. A série se passa em um futuro não tão distante da nossa realidade, que é um mundo completamente seco, em que pessoas têm cota de água e aqui já entra uma pegada social: quem tem grana e influência fica no topo da cadeia alimentar e tem direito a mais água.
No espaço, uma base, mais precisamente na lua e uma equipe que morreu misteriosamente e uma possível solução para a seca que assola o planeta terra. Outro ponto interessante, a lei do olho por olho e dente por dente se mostra evidente quando países se enfrentam numa espécie de Guerra Fria, em que apenas sabemos que quem colocar a mão na solução, bom, se torna o dono do mundo.
Uma equipe diversificada: o cara marrento com um proposito humano (Gong Yoo), uma cientista antissocial e desolada que esconde seus reais motivos para embarcar nessa viagem (Bae Doona), a médica sincerona, mas que no fundo é bem legal (Kim Sun-Young), o cara com carinha de anjo, que você só percebe que é um otário quando já é tarde demais (Lee Joon), o cara que trabalha no governo, mas que tem um coração puro (Heo Sung-tae), a mulher que não tá nem ai para você e você é apenas números na frente dela (Hae-Yeon Gil) e o resto do elenco, que apesar de carismático, é descartável.
Se você chegou aqui deve estar se perguntando: “Como que essa série pode ser uma bomba?”, bem, não se engane, porque posso dizer que aquele ditado “Mais importante do que a chegada é o caminho a ser percorrido” não se aplica.
Apesar de toda a temática bacana, banhada em cenários incríveis e efeitos especiais de ponta, a série é maçante e muito, muito cansativa. Ela não anda, não desenvolve e parece o Pikachu: não evolui. São oito episódios, que variam em tempo de 53 e 40 minutos, mas que parecem uma eternidade. Sem falar, que a história em nada te surpreende. Ela se entrega desde o início e você fica esperando aquele plot twist que não vem.
E o mais impressionante é que apesar de ser algo costumeiro nas series coreanas em que os primeiros episódios são arrastados e às vezes sofríveis, eles deixam um gancho interessante que te obriga a assistir o segundo. Isso não é o que acontece em O Mar da Tranquilidade, o que parece é que eles levaram o título da obra a sério demais.
Outro ponto a ser levantado são os personagens, apesar de cumprir todos os requisitos de personalidades diversificadas, eles não convencem (apesar da atuação impecável) e você não cria vínculo com nenhum deles. Na verdade, você apenas torce para que os seus atores e atrizes favoritos não morram, porque os personagens são descartáveis, mal construídos e sem um pingo de carisma.
A última vez que me senti obrigada a terminar algo para passar para frente a minha péssima experiência foi com a bagunçada “Profecia do Inferno” e olha que essa pelo menos tinha ação. Aqui, o novo trabalho do talentosíssimo Gong Yoo se perde por não oferecer reviravoltas interessantes e surpreendentes, peca por forçar dramas desnecessários e mortes apenas para diminuir o elenco.
Mas, ok, ela não é de todo ruim, apesar de você já saber o desfecho, os três últimos episódios são “assistíveis” e serve como um entretenimento, fraco mais serve. Talvez a sensação seja porque você está terminando a série e pode ir se envolver com algo mais interessante.
Vou terminar aqui para não causar o mesmo efeito de O Mar da Tranquilidade e matar vocês de tédio. Mas, fato é que nunca foi tão chato ir ao espaço e surpreendentemente, nem a companhia de pessoas bonitas (você vai entender se assistir) fez com a jornada você excitante.
Assista ao trailer: