My name da Netflix conta a história de uma garota que se transforma para vingar a morte do pai mafioso

My Name, o novo título sul coreano da Netflix, é uma série extremamente violenta: porrada, sangue, agressão gratuita, mas nem sempre, e nenhuma distinção de gênero. Estou reclamando? Não! Muito pelo ao contrário, estou falando porque amei a série e o porquê dela ser até mais do que eu esperava.

O meu primeiro parágrafo pode ser chocante, mas não quero que aconteça o mesmo com Round 6, Squid Game, em que pessoas se fingem de desavisadas e fantasiam que não sabem que o conteúdo é tiro, porrada e bomba.

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Mas, vamos ao que interessa! My Name tem uma trama que muitos podem achar batida e ela é: vingança, traição, descobertas de traição e por ai vai… no entanto, a trama sabe se desenrolar, porque por mais que você já imagine o desfecho, a viagem até lá no decorrer dos oito episódios é maravilhosa.

Os personagens são bem desenvolvidos, pelo menos quando se trata dos principais, Yoon Ji-Woo ou Agente Oh é a mistura da fuga diária com o sofrimento de não ter amparo e não aceitar ser vítima, ela tem o ponto de explosão. Desde o primeiro episódio você se identifica e dentro de você, você simplesmente quer ser igual a ela. Não pelo sofrimento, mas pela forma que ela encara e a pessoa em que ela se transforma.

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Antes de deixar a personagem para falar do próximo, a atriz Han So-hee (Apesar de tudo, amor) está maravilhosa. A mulher entrega tudo que lhe é pedido e muito mais. Destaque para cena em que o pai dela é assassinado, seria ela a Fernanda Montenegro da Coreia do Sul? Ok… vamos mudar de assunto.

Lembra que falei que iria mudar de personagem? Cheguei na pessoa mais sexy e interessante da série: Choi Mu-jin. O chefe do tráfico, o salvador, o amigo interpretado por Hee-Soon Park (The Suspect) não erra em cena. Ele soube construir um personagem envolvente e usou todas as armas para transforma-lo em alguém que apesar de tudo tem sua admiração.

Completando este trio tem o ator Ahn Bo Hyun, que junto com So hee tem uma das melhores químicas já vistas. O personagem dele é aquele que a gente quer na janela, mas deixando de lado esses destaques, bora falar da história? Falei la em cima que poderia ser batida, mas foi bem contada.

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E assim como tudo que a coreia se propõe a contar de novo, ela arrasa! A trama é bem construída e vai te levando passo a passo a descobrir quem é quem nesse universo em que pessoas tem que abdicar de seus nomes.

As sequências de luta: porrada e soco trocado, são perfeitas, bem colocadas e distribuídas, com a serie usando violência em todos os episódios, mas bem justificadas no roteiro. Único ponto levantado como “violência gratuita” é uma cena de “quase” estrupo que não precisava existir: “Eu imaginei que ela passaria por isso!”.

Situações como essa não devem ser colocadas dessa forma, principalmente porque seria uma punição. Uma mulher vence o homem e a primeira coisa que ele pensa é em estupro, você pode pensar: mas acontece! Sim, mas a sequência da cena não foi bem feita e nem bem colocada, a tentativa de estupro foi apenas jogada la.

Você pode até questionar que por ser uma série violenta esta cena casa bem, mas não casa. Ela não precisaria estar ali, o roteirista foi preguiçoso e poderia criar várias situações em que dava pra chegar ao desfecho e consequência do ato e aprenda: estupros não deixam mulheres mais fortes. Isso foi algo que inventaram para tentar mais uma vez ferir a vítima.

Mas, deixando este momento de lado, My Name tem todos os bons ingredientes de uma serie ou filme de ação, vale a pena assistir e principalmente, saber o nome de com quem você está brincado: Yoon Ji-Woo!

 

Por Ana Paula Tinoco