Lançado em 2006, Gwoemul (O Hospedeiro), é um filme denominado de terror, drama e ficção científica, mas que também envolve uma boa pitadinha de humor, coisa que sempre encontramos em filmes dirigidos pelo mestre Bong Joon-ho, o mesmo diretor que ganhou o Oscar em 2020 com Parasita.

99% do filme se passa em uma área que todos amantes de kdrama com certeza reconhecem de longe, as margens do rio Han em Seul. E se inicia mostrando um laboratório onde um cientista/médico estrangeiro pede para que seu auxiliar descarte os líquidos tóxicos na pia; o ajudante questiona, falando que existe um local certo para fazer o descarte e que o esgoto cai dentro do rio Han, mas o médico insiste e diz que nada acontecerá. Mas como estamos falando de um filme que também usa e abusa da ficção científica, o que vem a seguir é algo bem ruim.

Dois homens pescam um peixe mega estranho, mas que não é mostrado para o público, atiçando a curiosidade, e o deixa escapar, mais para frente nós vemos a história desenvolver, bem como o peixe. Entra em cena o personagem principal feito por Song Kang-ho, Park Gang-du, um homem sem muita perspectiva de vida que ajuda seu pai, Park Hee-bong, interpretado por Byeon Hee-bong, em um quiosque a beira do rio Han, e que além disso tem uma filha que se chama Park Hyun-seo (Ko Ah-seong).

A irmã de Gang-du é uma grande atleta e está na final de uma competição de arco e flecha, enquanto seu pai e a sobrinha assistem na pequena televisão a competição, seu pai é designado a entregar bebidas para dois clientes que estavam passando um tempo no gramado em frente ao rio, e ao verem algo estranho se movimentar na água, resolvem ver o que poderia ser, Gang-du vai junto, e quando menos esperam o tal peixe medonho gigantesco com várias camadas de boca sai de dentro do rio e passa a caçar os seres humanos ao redor da cidade.

Sem saber do que está acontecendo, a filha de Gang-du, Hyun-seo, sai do quiosque à procura de seu pai e acaba sendo pega pelo peixe mutante. Ela é dada como morta e toda sua família é levada para um centro de pesquisa por conta do contato que seu pai teve ao tentar salvar sua adorável filha. Ele recebe uma ligação dizendo que sua filha está viva e presa em um esgoto, as autoridades acreditam que ele está delirando devido ao vírus que possivelmente pegou ao ter contato com o animal. E assim se inicia a saga de coragem, correria e pancadaria.

Se Hyun-seo está viva ou não, você só vai ficar sabendo se procurar spoiler no google ou assistir ao filme, e eu sugiro que seja a segunda opção, porque apesar de estar classificado como terror, são poucos os sustos que você leva ao passar por quase duas horas com os olhos grudados na tela. Juro.

OPINIÃO:

Com toda certeza o filme conta com um elenco incrível, sou suspeita para dizer porque gosto muito da atuação dos atores principais, principalmente Bae Doona, que aparece pouco mas faz tudo, e Song Kang-ho, que arrasa em todos seus personagens, Park Hae-il também está perfeito, e apenas pelo fato de ser um filme dirigido por Joon-Ho Bong, já sabemos que vale a pena.

Demorei bastante tempo para assistir, não por medo de me decepcionar, mas por colocar outras prioridades na minha lista, mas quando tive um tempo livre e a oportunidade de assisti-lo, sem me pressionar para fazer uma resenha ou coisa parecida, pude aproveitar e desfrutar das quase duas horas que me desliguei do mundo real e mergulhei em um mundo de quase 20 anos atrás, com celulares flip que não tinham telas touch.

Confesso que sempre fico com vergonha alheia quando vejo bichos mutantes com diversas camadas de boca, que se mostram inteligentíssimos e em algum momento cometem erros burros, mas fiquei  ansiosa com a busca do pai e todos seus familiares, que tinham diferenças visíveis entre eles, mas ainda assim se protegiam e corriam contra o tempo pela menina que supostamente estava escondida em um esgoto.

O filme não é rico de cenas em locais diferentes, mas a fotografia ainda assim não deixa de ser boa, usando tons escuros para te deixar com aquela sensação de fim do mundo, desespero e muita porrada e bomba. Aliás, muito do filme me lembra o momento em que estamos passando, porque segundo os cientistas no filme, o animal pode contaminar os seres humanos com um vírus, e isolam as pessoas que supostamente tiveram contato com ele, além de manter o país sob quarentena, uma guerra gigantesca para proteger sua população e as de outros países a salvos.

Tem uma cena muito específica que mostra um senhor tossindo, ele retira a máscara e cospe no chão, um ônibus passa pela poça de água, local onde o senhor havia cuspido, e acaba molhando várias pessoas que esperavam para atravessar a rua. Era nítido o choque de todos eles com medo de pegar o vírus, muito parecido com os dias de hoje.

Mas enfim, é um filme que vale realmente a pena, como fiz questão de pontuar o tempo todo aqui. Não é o melhor que assisti, mas está longe de ser o pior, e teve um final que certamente eu não esperava, mas deveria, porque todos os filmes coreanos que vi até hoje sempre nos dá um fim que não estávamos esperando, pelos menos os que assisti. Mas vale uma boa reflexão e entretenimento, e está disponível na Netflix. Fica a dica.

PKB PONTUAÇÃO: ★★★★

USUÁRIOS DO GOOGLE QUE GOSTARAM: 85%