Gênero: Drama | Episódios: 16 | Emissora: KBS2 e Netflix | Estreia: 17/02/2021
SINOPSE:
Ban Ha-Ni (Choi Gang-Hee) tem 37 anos e é solteira. Ela ocupa um cargo temporário no trabalho, o que a deixa nervosa com a possibilidade de ser demitida. Ela é geralmente servil e tímida. Considerando seu estado atual, ela não quer ficar solteira. Um dia, Ban Ha-Ni (Lee Re) de 17 anos do passado chega a Ban Ha-Ni de 37 anos. Ban Ha-Ni, de 17 anos, é totalmente diferente de seu eu mais velho. A mais jovem Ban Ha-Ni é brilhante e otimista.
OPINIÃO:
Comecei a assistir quando havia apenas o primeiro episódio disponível e o que me chamou atenção para esse drama foi a sinopse que já citei acima. Me simpatizei de cara com a protagonista, digo, as protagonistas, Ban Ha-Ni de 17 e 37 anos, e em certos aspectos me identifiquei com ambas, que eram tão opostas. Você deve se perguntar: como pode ser a mesma pessoa se são tão diferentes? E eu te respondo: A vida nos faz mudar dependendo do caminho que trilhamos.
O drama deixa exposto o tempo inteiro a linda relação que a personagem principal tinha com seu pai, e também expõe a forma trágica em que ele se despede de sua filha mais nova, se colocando na frente dela quando um caminhão estava a ponto de atropelar a mocinha.
A Ha-ni (Lee Re) de 17 anos é brilhante, a garota mais popular da escola, todos a amam, todos querem namorar ela, e provavelmente será a menina com um futuro incrível na indústria do entretenimento que tanto sonha e que além de ser tudo isso, salva os fracos e oprimidos das mãos do valentão da escola, que tem os 4 pneus arriados por ela.
Já a Ha-ni (Choi Gang-Hee) de 37 anos não tem o mesmo brilho nos olhos, é tímida e submissa, nunca diz o que a incomoda, se rebaixa para que os outros não se prejudiquem mesmo sabendo que eles estão errados, pede desculpas a cada segundo, não tem trabalho fixo, casa ou vida social e mora com sua irmã mais velha, que a faz de empregada e ainda acha que está fazendo muito.
Quando a Ban Ha-Ni de 17 e a de 37 se encontram em um hospital, por acaso do destino, cada uma delas estava no ápice de suas vidas. Ha-ni fugia de seus pais que atrapalharam sua audição para ser idol, enquanto a outra Ha-ni havia saído de um encontro frustrado após ser praticamente demitida. Estava chovendo em ambas as épocas 2000 e 2020. Uma congelou na frente do caminhão, a outra também, mas por motivos diferentes.
O encontro é chocante, tanto para uma como para a outra. Como você agiria se fosse parar 20 anos no futuro e visse o BTS no auge dos seus 40 e poucos anos, casados, diferentes do que vê hoje? E como você agiria se sua versão mais nova, de 10, 15 ou 20 anos atrás, dependendo da sua idade atual, aparecesse num passe de mágica?
O susto é mais do que natural, mas uma hora ele passa, ou quase isso, e as duas começam a caminhar juntas. Ban Ha-Ni de 17 anos veio para salvar e fazer a Ban Ha-Ni de 37 se amar e se perdoar, e ela só percebe isso no desenrolar da trama, assim como nós espectadores, que percebemos a ascensão da sem brilho algum, em uma mulher incrível, cheia de brilho e segura de si.
Seus laços afetivos com a própria família é reconstruído, ela volta a ter objetivos em sua vida e a correr atrás deles, e reencontra pessoas de seu passado (como quase todos os dramas coreanos). Consegue se acertar com sua melhor amiga da adolescência Oh Ji Eun (Yu-mi Kim), faz o valentão Anthony (Moon-suk Eum) de sua escola consiga olhar para o passado e abrir mão da carreira tão brilhante (em partes) como ator para pedir desculpas e ajuda um homem, Han Yoo-hyun (Young-kwang Kim), completamente irresponsável e mimado a assumir suas responsabilidades e fortificar os laços com seu pai.
O que mais gosto aqui é que Hello, Me!, abrasileirado para Olá? Sou Eu!, não é um drama água com açúcar que foca em relacionamentos rasos e tem como objetivo fazer com que a personagem principal encontre um homem que a fará mudar de vida. Pelo contrário, o relacionamento que vemos ser construído é ela com ela mesma, e apenas ela pode fazer a própria mudança em sua vida se perdoando, se reerguendo e fazendo sua luz brilhar novamente. Mas vou dar um pouco de créditos ao Han Yoo-hyun, que graças a Ban Ha-Ni se tornou um homem maduro, também segurou a mão dela em momentos cruciais.
Se a Ha-ni de 17 volta para seu passado ilesa? É meio óbvio que sim. Apesar dos furos no roteiro, pelo menos vejo dessa forma porque assisto muito Doctor Who e sei que se meu eu se encontrasse comigo iria bugar o mundo, a interação da jovem e da adulta não interfere tanto assim no andamento do passado, presente e futuro, e em cima da hora, bem nos acréscimos do segundo tempo, a Ha-ni volta para seu passado com a ajuda da sua eu do presente, mas mais forte sabendo que sua eu do presente – ou seria futuro? – é muito melhor do que ela podia imaginar, mesmo que não tenha realizado nada do que ela sonhava.
A lição que esse drama quer nos entregar? Pelo menos captei que apesar de ter sonhado ser uma pessoa completamente diferente do que sou hoje, a minha eu de 17 anos teria orgulho de quem eu me tornei e quem estou me tornando. Uma mulher mais forte, mais experiente, que não desiste nunca dos sonhos, por mais longes que pareçam estar, que aprendeu a se perdoar pelos erros cometidos e que todas as pedras que estiveram no meio dessa jornada me trouxeram até aqui.
Acho que no fim não dei muitos spoilers, já que não disse como Ban Ha-Ni conseguiu voltar para o passado e muito menos quem a presenteou com essa viajem através do tempo, apenas levantei os motivos. Right?
Olá? Sou Eu! é um drama leve para você assistir quando precisar daquele conforto no coração. Você poderá chorar, como eu, em alguns episódios, se indignar com algumas situações que são desenvolvidas com outros personagens, e pode até não achar o melhor drama de 2021, mas tenho certeza que o papel principal dele é te fazer refletir sobre o quão especial você é, e que você pode dar a volta por cima.
Você pode assistir na Netflix: https://www.netflix.com/title/81323200
PKB PONTUAÇÃO: ★★★★
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