Gênero: Drama, Romance | Episódios: 16 | Emissora:  JTBC e Netflix | Estreia: 08/07/2020

SINOPSE: 

Noh Aejung (Song Ji-hyo) é uma mãe solteira com um forte instinto de sobrevivência que está solteira há 14 anos. De repente, quatro homens que a atraem de maneiras diferentes aparecem em sua vida. Ela teve amizades e relacionamentos anteriores com três dos quatro homens antes de sua gravidez. Oh Daeoh (Son Ho-jun) é um homem mau, mas atraente, Ryu Jin (Song Jong-ho) é patético mas bonito e rico, Goo Pado (Kim Min-joon) é assustador e sexy e Oh Yeonwoo (Koo Ja-sung) é um jovem sedutor.

Alerta de Spoiler

Caso você ainda não tenha assistido ao drama e odeia spoilers, é melhor parar a leitura por aqui e assistir aos 16 episódios antes!

RESENHA:

Foi realmente amor? Na última semana me despedi de “Was It Love?” da JTBC e Netflix, e escrevo essa resenha segundos após assistir ao último episódio do drama. Raramente finalizo algo e escrevo logo após, porque geralmente preciso de um pequeno tempo para digerir tudo que aconteceu, seja em um filme, seriado ou drama. Mas os altos e baixos que senti com os últimos minutos me fez querer escrever sobre de uma vez.

Como sempre, a sinopse divulgada para o dorama é claramente vaga, em sites vemos o que está acima do spoiler, e na Netflix temos esse trecho: “Não é fácil ser mãe solo e produtora de cinema. Ainda mais quando seu chefe desaparece e deixa uma tremenda confusão para você resolver”. Lendo assim, parece que a nossa protagonista já começa a história lá no topo e as adversidades vem depois, mas a história é bem mais longa que essa pequena jornada que acabo de copiar e colar.

“Was It Love?” começa bem, retratando de cara os preconceitos da sociedade machista mostrando como foi difícil para Noh Aejung, interpretada por Song Jihyo, cuidar de sua filha Hanee sozinha ao lado de sua mãe, Hyangja. Além dos olhares tortos de outros adultos, as crianças sabem ser más com outras crianças quando essa não se enquadra em um padrão, e por essa razão a adolescente de 14 anos já inicia o drama mudando para uma nova escola.

Aejung e Yeonwoo

Como drama é terra de mineiro (onde todos se esbarram e se conhecem), por ironia do destino Hanee tem como professor de educação física um homem do passado de sua mãe, o fofíssimo Yeonwoo. Além de começar mostrando essa nova fase da filha de Aejung, também vemos a nossa protagonista finalmente correndo atrás do seu grande sonho que foi frustrado a catorze anos, ser produtora de filmes, mas se ferrando por ser contratada por uma empresa que a fez assinar papéis para ser a fiadora de um empréstimo, e adivinhe, sim, o dono da produtora some e ela herda essa dívida.

Praticamente na falência, sendo obrigada a arcar com milhões de wons, Aejung tenta renegociar com o mafioso Pado, um dos personagens mais interessantes do drama e que infelizmente não foi bem aproveitado. Este diz a Noh que apenas a libera da dívida se ela conseguir produzir um filme com o ator em ascensão a Hollywood, Ryu Jin. Em meio a loucura de achar um roteiro, ela acaba encontrado um contrato guardado com um famoso escritor, e quando o encontra, é ninguém menos que seu ex namorado, que se mostra um verdadeiro babaca, mas depois de tanta insistência, cede, desde que ele seja o diretor do filme, e é aqui que conhecemos Oh Daeoh.

Ryu Jin, Aejung, Daeoh e Pado

Pronto, consegui falar basicamente sobre o plot quase todo, mas lembra que nossa protagonista tem uma filha de catorze anos? Além de fazer com que os homens disputem o coração dela, e de nos fazer detestar a cada episódio o escritor, Daeoh, Hanee que nunca soube quem era seu pai, resolve mergulhar nessa busca (nem a própria mãe de Aejung sabe quem é). Achando inicialmente que o professor poderia ser por ser apaixonado por sua mãe desde adolescente e ser basicamente um stalker, depois a adolescente se toca que não é ele e causa uma confusão com o ator Ryu Jin, que foi veterano de faculdade de Aejung, e ele acaba achando que tem chances de realmente ser o pai, devido a uma noite em que estava bêbado e achou ter tido um caso com a protagonista, mas até finalmente descobrir quem era o verdadeiro pai, nós estamos assistindo um verdadeiro teste de DNA do ratinho. Enrolação, enrolação e mais enrolação em algo que poderia ter sido mais bem desenvolvido.

Passei episódio atrás de episódio esperando por quem poderia ser o pai de Hanee, mesmo tendo certeza de quem era por ser muito óbvio. Mas lembra que eu disse que o drama começava bem? Eles arrastaram tanto a história de quem era ou não o pai da adolescente, que foi exatamente aí que ele se perdeu e não sei se voltou a se encontrar.

Dongchan e Hanee

O drama trouxe bastante imagens do passado dando a entender que qualquer um dos homens, até mesmo o mafioso, poderia ser o bendito pai de Hanee. Mas revelando, finalmente focam no desenvolvimento da relação entre o antigo casal e o filme que Aejung precisava fazer, que até então não era mais uma obrigação pois Pado se compadeceu com nossa protagonista devido ao filho dele ser melhor amigo da filha dela. Mas aí temos o eeeee parabéns, todos terminam felizes. Mas honestamente? Não dá para entender a razão pela qual o escritor achou que seria legal levar Daeoh para longe por mais dois anos após prometer a Aejung que nunca mais a deixaria, e fazer com que se reencontrem da mesma forma que iniciaram o dorama. Enfim. Filme lançado. Daeoh e Aejung juntos, final da Hanee se casando com Dongchan após muitos anos que se passaram e muita festa.

OPINIÃO:

Agora vamos ao que interessa além desses spoilers? O drama chegou com tudo mas se perdeu e não se reencontrou. Mas altos e baixos, consegui refletir em como nós seres humanos somos feitos de palavras. Sim, feitos. Por que? Uma palavra fora do contexto pode estragar ou fazer com que tudo dê certo.

Hanee poderia ter crescido com um pai, isso se Aejung não tivesse sido impulsiva e completamente imatura para não conversar com Daeoh sobre sua gravides. Ela achou que ele a traiu na época em que namoravam, catorze anos antes, mas isso nunca aconteceu. Foi apenas um mal entendido. Se ela tivesse ido até ele, conversado, saberia que ele não fez nada. E se ele tivesse se aberto sobre os problemas que enfrentava em casa devido à falta de dinheiro, ela não teria se magoado achando que ele estava a evitando.

Viu como as coisas podem ser tão simples? O mais engraçado é que o elenco mirim conseguia ser muito mais sensato que todos os adultos juntos. Hanee mesmo com seus catorze anos era mais compreensiva, mais paciente, mais inteligente, e o autor poderia ter explorado muito melhor a adolescente, seu melhor amigo Dongchan e Pado, ao invés de enrolar e nos fazer detestar inúmeras vezes a protagonista por ser tão imatura. Aliás, nem citei a personagem interpretada por Dasom, a anjinha da Ásia por motivos de: ela só aparece mesmo para criar o desentendimento entre Aejung e Daeoh.

Agora que praticamente desabafei e compartilhei com você o que penso, posso dar os toques finais. O dorama é ruim? Não. É bom? Também não. Mas não é um tempo perdido. Se você gosta de shippar errado, se indignar e dar algumas gargalhadas, talvez tenha gostado de assistir “Was It Love?”, mas se você não tem paciência para coisas arrastadas, talvez desista no meio do caminho, talvez tenha até desistido quando chegou a esse post. Eu te entendo, mas tente terminar. Dei alguns sorrisos com o final, mas fiquei com pena da falta de desenvolvimento de alguns personagens e as pontas soltas.

PKB PONTUAÇÃO: ★★★

USUÁRIOS DO GOOGLE QUE GOSTARAM: 97%