Por Ana Paula Tinoco
Sonhos Lúcidos, do diretor Kim Joon-Sung, entrelaça mais de um subgênero do cinema em sua trama. O drama policial sul coreano, passeia entre o suspense e a ficção cientifica, trazendo pitadas de A Origem e Black Mirror.
A trama gira em torno do jornalista investigativo Choi Dae-Ho (Soo Go). Após uma série de denúncias, que tem como foco o meio coorporativo sul-coreano, o filho de Dae-Ho é sequestrado em um parque e ele acredita que o mandante é um de seus desafetos. Anos se passam, a investigação esfria e Dae-Ho decidido a encontrar o filho começa a procurar por formas alternativas, momento em que descobre sobre os “sonhos lúcidos”. A partir deste momento, Dae-Ho passa a contar com a ajuda da Doutora So-hyun (Hye-jeong Kang) e Kwon Yong-Hyun (Park Yoo-Sun).
A ideia é básica? Sim! Mas, é boa. No entanto, a execução deixou a desejar. Apesar de ser um suspense policial, em muitos momentos a história se arrasta e cai no marasmo, ficando às vezes cansativa e às vezes repetitiva. Diferente de A Origem e Black Mirror, o roteiro não explica de forma clara as regras do jogo e, por vezes, algumas situações se tornam confusas.
Colocando todos os por menores e focando apenas na jornada de Dae-Ho é possível conectar-se com o personagem já no início. O ator Soo Go está impecável e entrega na medida certa o drama necessário para cada cena. Seguindo a linha de O Sexto Sentido, Sonhos Lúcidos entrega a reviravolta da trama em minúsculas doses entre uma cena e outra. Os recursos visuais, quando necessários, foram bem usados. Destaque para última cena antes do desfecho da história.
Quanto ao restante do elenco, a interpretação de cada personagem deixa dúvida: foi uma escolha ou os atores e atrizes se perderam no decorrer da construção da narrativa? Enfim, no geral, Sonhos Lúcidos não é uma obra extraordinária, entretanto é uma boa pedida de entretenimento. E quando terminar de assistir ao filme, não se esqueça de checar os ponteiros do seu relógio!